segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A derrota de Tarcísio


Os grandes derrotados  nesta eleição em Queimadas
       
            

A derrota vergonhosa do prefeito de Queimadas, Tarcísio Pedreira nas eleições de domingo passado deveria, mas não vai em razão de sua arrogância, servir de lição para futuros embates eleitorais. A acachapante vitória do PT liderado por Dr. André, Ricardo e Cloudes no município mostra o nível de desgaste do atual gestor que, sequer, contou com o voto fechado de seu grupo. Perdeu nas eleições majoritária e proporcional.

            Após trair o governador Jacques Wagner e apoiar Paulo Souto o prefeito viu seus votos minguarem nas urnas. Rui Costa abocanhou 6.465 votos, ou 54,25% dos votos válidos levando a eleição no primeiro turno e a presidente Dilma 9.359 dos 13.822 eleitores que compareceram às urnas, o que significa que a atual Presidenta da República obteve 74,40% dos votos válidos.

            Nas eleições proporcionais a derrota do prefeito foi ainda maior, apesar do uso da máquina pública em favor de seus candidatos:  perderam o deputado Federal, Ronaldo Carleto, o homem do helicóptero, e o deputado estadual, o manjadíssimo Sandro Régis que garantiu sua sobrevivência quando perdeu seu emprego (de político profissional) lotando-o em seu gabinete na Assembleia Legislativa.

Foto de Zeeduardo Ze Bim Sousa.
Moema Gramacho: a grade vitoriosa em Queimadas


            O primeiro, Carleto perdeu as eleições para Moema Gramacho a candidata apoiada por Dr. André, Ricardo Cloudes por uma diferença de 732 votos (2.988 à 2.256). Isso, se somado apenas estes candidatos. Acrescentando-se outros deputados votados no município e que não são aliados do atual prefeito a derrota é mais fragorosa.

            À exemplo dos candidatos João Gualberto com 655 votos; Severiano Alves, com 602; Lúcio Vieira Lima, com 573 e Pellegrino, com 211 votos para ficarmos apenas nos mais votados. Neste caso, a surra levada pelo prefeito foi vergonhosa: De 2.773 votos de diferença.

            Já a eleição para a Assembleia Legislativa, o candidato de Tarcísio,  o democrata Sandro Régis obteve pouco mais de 1.900 (1.927) votos enquanto seus adversários diretos, somados lograram um total de 6.148 votos em seus candidatos, isso levando-se em conta apenas os sete mais votados.

            Pela ordem, o candidato do Dr. André, Angelo Almeida com 1.449 votos; o candidato apoiado por Ricardo e Cloudes, Alex Lopes, com 1.250; o candidato de Edvaldo Cayres, Anderson Muniz, com 1.398; o apoiado pelo ex-prefeito, José Mauro, com 749 votos, além de Luciano Simões Filho , hoje inimigo número um de Tarcísio, com 708; Cecília Petrini, com 622 e Joseildo Ramos, com 594.

            As eleições proporcionais em Queimadas, como acredito na maioria dos municípios brasileiro apresenta uma distorção grave e que traz grande prejuízo para os munícipes. É a  absurda votação em candidatos desconhecidos numa pulverização que retira o poder político do município na luta por obras e projetos que beneficiam seus cidadãos.

            Só para que vocês tenham uma ideia deste absurdo basta dizer que foram votados em Queimadas a absurda quantidade de 127 candidatos à Câmara Federal e 148 candidatos à Assembleia Legislativa. Enquanto o candidato mais votado à Câmara, Moema Gramacho recebeu 2.998 votos, os eleitores queimadenses presentearam 29 candidatos com um voto; 15 com dois votos; quatro, com três votos; oito, com quatro votos; sete com cinco votos; dois, com sete votos; três, com oito votos; dois, com 13 votos e um, com 14 votos.

            Este cenário macabro é ainda mais grave com relação à Assembleia Legislativa. Nada menos do que 28 candidatos foram consagrados com apenas um voto. Na sequência outros 24 receberam dois votos; 16, três votos; 08, quatro votos; três, cinco votos; 10, seis votos, 04, sete votos e três com oito votos.


            Qual a consequência dessa pulverização? O município perde representatividade. Que candidato eleito vai lutar para conseguir obras, projetos e recursos para um município que lhe rendeu um voto? Ao contrário, se o município elege deputados com votação expressiva tem como cobrar a contrapartida. Não sem razão, muitos defendem, na Reforma Eleitoral, a implantação do Voto Distrital, ou seja, o candidato só é votado no seu distrito de registro, mesmo que este distrito englobe três, quatro ou dez municípios.

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