Os grandes derrotados nesta
eleição em Queimadas
A derrota vergonhosa
do prefeito de Queimadas, Tarcísio Pedreira nas eleições de domingo passado
deveria, mas não vai em razão de sua arrogância, servir de lição para futuros
embates eleitorais. A acachapante vitória do PT liderado por Dr. André, Ricardo
e Cloudes no município mostra o nível de desgaste do atual gestor que, sequer,
contou com o voto fechado de seu grupo. Perdeu nas eleições majoritária e
proporcional.
Após
trair o governador Jacques Wagner e apoiar Paulo Souto o prefeito viu seus
votos minguarem nas urnas. Rui Costa abocanhou 6.465 votos, ou 54,25% dos votos
válidos levando a eleição no primeiro turno e a presidente Dilma 9.359 dos
13.822 eleitores que compareceram às urnas, o que significa que a atual Presidenta
da República obteve 74,40% dos votos válidos.
Nas
eleições proporcionais a derrota do prefeito foi ainda maior, apesar do uso da
máquina pública em favor de seus candidatos: perderam o deputado Federal, Ronaldo Carleto,
o homem do helicóptero, e o deputado estadual, o manjadíssimo Sandro Régis que garantiu
sua sobrevivência quando perdeu seu emprego (de político profissional) lotando-o
em seu gabinete na Assembleia Legislativa.
Moema Gramacho: a grade vitoriosa em Queimadas
O
primeiro, Carleto perdeu as eleições para Moema Gramacho a candidata apoiada
por Dr. André, Ricardo Cloudes por uma diferença de 732 votos (2.988 à 2.256).
Isso, se somado apenas estes candidatos. Acrescentando-se outros deputados
votados no município e que não são aliados do atual prefeito a derrota é mais
fragorosa.
À
exemplo dos candidatos João Gualberto com 655 votos; Severiano Alves, com 602; Lúcio
Vieira Lima, com 573 e Pellegrino, com 211 votos para ficarmos apenas nos mais
votados. Neste caso, a surra levada pelo prefeito foi vergonhosa: De 2.773
votos de diferença.
Já
a eleição para a Assembleia Legislativa, o candidato de Tarcísio, o democrata Sandro Régis obteve pouco mais de
1.900 (1.927) votos enquanto seus adversários diretos, somados lograram um
total de 6.148 votos em seus candidatos, isso levando-se em conta apenas os
sete mais votados.
Pela
ordem, o candidato do Dr. André, Angelo Almeida com 1.449 votos; o candidato
apoiado por Ricardo e Cloudes, Alex Lopes, com 1.250; o candidato de Edvaldo
Cayres, Anderson Muniz, com 1.398; o apoiado pelo ex-prefeito, José Mauro, com
749 votos, além de Luciano Simões Filho , hoje inimigo número um de Tarcísio,
com 708; Cecília Petrini, com 622 e Joseildo Ramos, com 594.
As
eleições proporcionais em Queimadas, como acredito na maioria dos municípios
brasileiro apresenta uma distorção grave e que traz grande prejuízo para os
munícipes. É a absurda votação em
candidatos desconhecidos numa pulverização que retira o poder político do
município na luta por obras e projetos que beneficiam seus cidadãos.
Só
para que vocês tenham uma ideia deste absurdo basta dizer que foram votados em
Queimadas a absurda quantidade de 127 candidatos à Câmara Federal e 148
candidatos à Assembleia Legislativa. Enquanto o candidato mais votado à Câmara,
Moema Gramacho recebeu 2.998 votos, os eleitores queimadenses presentearam 29
candidatos com um voto; 15 com dois votos; quatro, com três votos; oito, com
quatro votos; sete com cinco votos; dois, com sete votos; três, com oito votos;
dois, com 13 votos e um, com 14 votos.
Este
cenário macabro é ainda mais grave com relação à Assembleia Legislativa. Nada
menos do que 28 candidatos foram consagrados com apenas um voto. Na sequência
outros 24 receberam dois votos; 16, três votos; 08, quatro votos; três, cinco
votos; 10, seis votos, 04, sete votos e três com oito votos.
Qual
a consequência dessa pulverização? O município perde representatividade. Que
candidato eleito vai lutar para conseguir obras, projetos e recursos para um
município que lhe rendeu um voto? Ao contrário, se o município elege deputados
com votação expressiva tem como cobrar a contrapartida. Não sem razão, muitos
defendem, na Reforma Eleitoral, a implantação do Voto Distrital, ou seja, o
candidato só é votado no seu distrito de registro, mesmo que este distrito
englobe três, quatro ou dez municípios.
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