Falta de médico e morte provocam revolta
Morte, tristeza, emoção, revolta e princípio de tumulto
marcaram o início desta manhã no Hospital Dr. Edson Silva na sede do município
de Queimadas. Nem a Polícia e, muito menos, a Secretária de Saúde, Indira Sales
e o prefeito, Tarcísio “Liso” Pedreira apareceram na
Unidade de Saúde para contornar a situação que, em determinado momento quase
termina na invasão das dependencias do hospital com conseqüências imprevisíveis.
No momento
mais tenso as quase cem pessoas (entre pacientes e populares) que se concentraram
em frente à unidade hospitalar quase depredam a única ambulância estacionada. É
que chegou uma mãe (que preferiu não se identificar, mas é moradora da cidade) com
as duas filhas (crianças) com vomito e diarréia, além de dores na nuca e na foram
atendidas, levando ela ao desespero. Uma técnica de enfermagem, também não
identificada, sugeriu que a mãe fosse para casa e aguardasse a chegada do
médico plantonista.
Isso
revoltou pacientes e pessoas que já se encontravam na unidade e estes sugeriram
que a ambulância transportasse as duas crianças e outros pacientes em estado
mais grave para o hospital da cidade de Santa Luz. Como por exemplo, dois
irmãos, Manoel Gama de 76 anos e Luiza Gama de 70 anos que chegaram ao hospital
às sete horas vindo do povoado da Lagoa do Alto, na região de Lagoinha com vômitos,
febre e diarreia, inclusive, com sangue.
A situação era tão grave que Luiza
Gama foi internada mesmo sem a presença do médico. “Já meu irmão Manoel Gomes
ficou encolhido num banco sentido dores horríveis no abdômen”, relatou
Valeriando Gama. A reação de populares e pacientes e a falta de educação do
diretor de Transporte da Saúde, conhecido por Edilson, única autoridade
presente no hospital, inclusive passando por cima da enfermeira chefe do dia,
Elisa Soares, por pouco não provocou um quebra-quebra generalizado.
Presente no momento mais tenso, o vereador
Mário Régis (Régis da Ambulancia), cobrou a demissão sumária da Secretária de
Saúde Indira Sales e afirmou que a Saúde em Queimadas vive um momento de
verdadeiro caos. Ele responsabiliza também o prefeito Tarcísio “Liso”
Pedreira pelos desmandos. “Ele perdeu o rumo. A crise é provocada pelos gastos
que ele tem com os advogados para defende-lo no processo por compra de votos. Por
isso o município não tem recursos para atender as necessidades do povo, como a
saúde”, desabafou. Leia abaixo, a entrevista com o vereador.
A revolta aumentou, ainda mais, com a
saída do diretor e plantonista do Hospital, o médico João Fernandes que não
esperou a chegada do plantonista de hoje, o médico João Washington ex-diretor
da unidade que só chegou ao hospital às 11 horas da manhã quando o tumulto e a
confusão já estavam formados.
“Como é que um médico deixa o
hospital, na qual é diretor com dezenas de pacientes, inclusive crianças e idosos
passando mal, e com uma pessoa morta sem preencher o formulário encaminhando o
corpo para ser necropsiado na cidade de Senhor do Bonfim, já que se recusou a
fornecer o Atestado de Óbito? Esta pergunta era feita pelo sargento da reserva
da PM, Aroldo Salgado. Foi ele que levou sua sobrinha (filha de sua mulher)
para o hospital.
Sargento Salgado, inclusive, faz
ressalvas quanto ao atendimento e o primeiro diagnóstico do Dr. João Fernandes.
Ele conta que sua sobrinha, Francineide dos Santos Ferreira, de 28 anos, portadora
de necessidades especiais, deu entrada no Hospital Dr. Edson Silva com dores na
nuca, diarréia e vômitos às 05 horas da manhã e pouco mais de duas horas
depois, às 07:42 horas estava morta. Para o médico, segundo ele, ela morreu
porque estava desnutrida e desidratada. “Se isso era verdade então porque se
recusou a entregar à família o Atestado de Óbito para podermos enterrá-la”?
questiona.
Somente quatro horas depois, já na
cidade de Gavião aonde já chegou atrasado para o plantão no hospital local é
que o Dr. João Fernandes resolveu liberar o Atestado de Óbito. Mas com uma
condição: que a Secretaria de Saúde enviasse um veículo para pegar o papel. É o
que a família, neste momento (12 horas) está à espera.
Vários outros pacientes estavam
revoltados com a ausência de médico e com o tratamento dispensado por
funcionários do hospital. “Cheguei ao hospital às sete horas com dor na nuca,
vomito e diarréia e uma técnica de enfermagem mandou que eu voltasse para casa
e aguardasse a chegada do médico”, alegou Josenir Santos Oliveira. Outro
paciente não atendido foi Nicanor Carneiro da Silva de 72 anos, da localidade
de Jacurici da Ponte. Ele havia sido liberado do mesmo hospital 24 horas antes.
Hoje retornou acompanhado de sua mulher, Ana Barbosa da Silva, também
com os mesmos sintomas.
Mas duas pessoas, Isanir Batista
Oliveira (mãe) e Núbia Santos Oliveira apresentavam o mesmo sintomas. “Isso é
um absurdo. Nós viajamos quase uma hora para sermos atendidas. Viemos da
Fazenda Santa Terezinha distante cerca de 30 Km da sede do município, próximo
ao povoado do Alecrim. Outra que estava revoltada com a falta de médico era
Maria Lúcia Barbosa. Moradora do Povoado da Ponte Nova ela foi visitar a paciente
que morreu. É uma vergonha a situação do Hospital e a falta constante de médico”,
gritava.
Vereador cobra demissão da Secretária
de Saúde
A revolta e o princípio de tumulto
atraíram populares, além de políticos como o vereador Mário Régis Barbosa,
conhecido como Régis da Ambulancia. Para ele, esta é a pior gestão da saúde em
todos os tempos em Queimadas. “Não digo que a situação era boa anteriormente.
Mas piorou, e muito, nestes últimos seis meses com a administração Indira Sales.
Na verdade não tem Saúde em Queimadas e a gestão está um caos. Se chegar alguém
agora morre porque não tem médico e é algo que vem ocorrendo continuamente”,
afirma.
Para o vereador, o povo é quem paga e
sofre por aquilo que ele chama de irresponsabilidade. “E não quero culpar
apenas a Secretária Indira Sales. “Todos nós sabemos que ela não tem preparo
para ocupar uma secretaria como a da Saúde. Ela tem medo do povo porque se
fosse preparada para o cargo estaria agora enfrentando a realidade da sua
desastrada administração aqui, em frente do povo procurando uma saída para a
crise”, desabafa. Para Régis da Ambulancia o culpado maior pelo desastre na saúde
é o prefeito Tarcísio “Liso” Pedreira.
A situação em Queimadas, de acordo
com o vereador é grave. “Sexta-feira passada estive numa das emissoras de Rádio
da cidade e denunciei a gestão do atual prefeito. Sete meses após assumir o
cargo de prefeito ele não disse a que veio. Na verdade, ele perdeu o rumo”.
Para Régis da Ambulancia isso se deve aos gastos que o prefeito Tarcísio “Liso”
Pedreira vem tendo com a banca de advogados para tentar salvar seu mandato por
compra de votos, conforme processo a que responde na Justiça, acredita.
O vereador diz que o prefeito nega
estar pagando advogado com recursos públicos. “Mas de onde ele tira este
dinheiro que sabemos não é pouco? pergunta. O vereador declarou que vai formar
uma comissão suprapartidária e vai convidar entidades, como o Conselho
Municipal de Saúde para discutir o que a sociedade quer fazer. “Temos que
corrigir rumos já que o prefeito perdeu o seu. O que não podemos permitir é que
as coisas continuem da forma como estão”, finaliza.
Delicada situação da
Secretária
O abandono do plantão (não esperou a
chegada de seu substituto, normalmente às 7 horas da manhã) do médico João Fernandes
atual diretor do Hospital Dr. Edson Silva; a morte da paciente; o atraso do
plantonista e o tumulto em frente à unidade hospitalar fez crescerem os rumores
de que o cargo de Indira Sales “está por um fio”.
É que a repercussão da má gestão da
Saúde atinge “em cheio” o prefeito Tarcísio “Liso” Pedreira e não
apenas a Secretária. Mesmo que isso contrarie interesses políticos. Afinal, a
atual secretária é uma indicação dupla: do pecuarista Ademar Moura e Silva (a
secretária é sobrinha de sua mulher) e do reeleito prefeito de Nordestina,
ambos financiadores de sua campanha a prefeito.
Afastamento do Conselho
O presidente do Conselho Municipal de
Saúde, Flaviano Moura presente durante a revolta da população e que chegou,
inclusive, a chorar com a situação das duas crianças que não foram atendidas,
afirma que vai pedir o afastamento da Secretária Indira Sales do Conselho e vai
solicitar uma audiência com o prefeito para pedir a sua exoneração.
“Desde a morte daquele rapaz que
sofreu um acidente de moto e morreu dentro do hospital porque não transferiram
para uma unidade onde pudesse ser operado que o prefeito deveria ter demitido a
atual secretária”, diz ele. Para Moura, a situação se agravou com o “sumiço”
do prontuário de um paciente que, dias depois, apareceu nas mãos do advogado
que defende o prefeito no processo por compra de votos em que pode perder o
mandato.
“Não por acaso, ele é testemunha no
processo contra o atual prefeito por compra de votos. Naquele momento, assim
que a Justiça determinou a abertura de um inquérito policial para apurar a
retirada de um documento que é sigiloso e só poderia sair do CAPs com autorização
judicial, ela deveria ter pedido demissão ou sido demitida”. diz.
Complemento
Logo após a publicação da matéria no facebook e no blog o motorista Edilson Bispo da Silva, supostamente Diretor de Transporte da Saúde e citado na matéria ligou para este editor revoltado e irritado por seu nome ter aparecido na matéria. Depois de alguns minutos criticando minha atuação como Secretário de Saúde na gestão passada, inclusive de que eu (não a Prefeitura) fiquei devendo seu salário (provavelmente o mes de dezembro), chegou, inclusive, a me chamar para resolver as diferenças (lá dele, não minhas), na rua.
Ele não gostou porque eu disse que ele se portou com falta de educação (grosseria) durante a confusão. Como relatei na matéria muitas pessoas se revoltaram com a situação da mãe de duas crianças que não foram atendidas por falta de médico. A ponto de alguém "socar" a ambulancia. Neste momento ele partiu para cima dessa pessoa e pediu que ele lhe batesse. No nosso entendimento essa não é maneira correta para apaziguar um momento crítico.
Seu papel enquanto Diretor de Transporte da Saúde era chamar a Polícia para conter os animos exaltados e não acirrar e chamar a pessoa para a briga. Ele não aceitou as ponderações e negou, inclusive, que exerça qualquer cargo na secretaria. "Prove que sou diretor", questionou. Bem se não é diretor é o que? Sou motorista", respondeu. Se é assim algo deve estar errado. Caso fosse motorista deveria então estar fazendo este serviço e não à disposição do hospital sem ter nada para fazer, a não ser querer briar durante tumulto na porta do hospital.
Complemento
Logo após a publicação da matéria no facebook e no blog o motorista Edilson Bispo da Silva, supostamente Diretor de Transporte da Saúde e citado na matéria ligou para este editor revoltado e irritado por seu nome ter aparecido na matéria. Depois de alguns minutos criticando minha atuação como Secretário de Saúde na gestão passada, inclusive de que eu (não a Prefeitura) fiquei devendo seu salário (provavelmente o mes de dezembro), chegou, inclusive, a me chamar para resolver as diferenças (lá dele, não minhas), na rua.
Ele não gostou porque eu disse que ele se portou com falta de educação (grosseria) durante a confusão. Como relatei na matéria muitas pessoas se revoltaram com a situação da mãe de duas crianças que não foram atendidas por falta de médico. A ponto de alguém "socar" a ambulancia. Neste momento ele partiu para cima dessa pessoa e pediu que ele lhe batesse. No nosso entendimento essa não é maneira correta para apaziguar um momento crítico.
Seu papel enquanto Diretor de Transporte da Saúde era chamar a Polícia para conter os animos exaltados e não acirrar e chamar a pessoa para a briga. Ele não aceitou as ponderações e negou, inclusive, que exerça qualquer cargo na secretaria. "Prove que sou diretor", questionou. Bem se não é diretor é o que? Sou motorista", respondeu. Se é assim algo deve estar errado. Caso fosse motorista deveria então estar fazendo este serviço e não à disposição do hospital sem ter nada para fazer, a não ser querer briar durante tumulto na porta do hospital.
Interessante, que você Haroldo, foi secretário de saúde do município de Queimadas e muito pouco fez pela população e agora fica tentando ganhar ponto diante da situação, não quero defender o prefeito não, mas falo como profissional, coisa que vc não soube ser enquanto secretário de saúde,pelo menos tente entender o que é saúde, pra depois você criticar, saiba que quem ficou em casa vários dias com diarréia com sangue pode esperar mais alguns minutos ou horas, e se tiver apresentando os sintomas no mesmo dia em que procurou assistência, pode aguardar... Tente se aprofundar mais sobre o assunto.....
ResponderExcluirCaro anonimo
ExcluirAinda bem que voce não se identificou. Caso o fizesse a secretária Indira Sales teria obrigação de demiti-lo porque fica claro que voce é da área da saúde se bem que não profissional, pelo menos competente como deveria. Defender a atual administração com a a afirmação de que crianças ou idosos já acometidos por uma virose por vários dias deve ficar em casa aguardando o médico porque este não não se encontrava na unidade de saúde é de uma irresponsabilidade sem tamanho. Talvez aí esteja a razão do caos na saúde: Secretária, como disse o vereador Régis da Ambulancia, despreparada para o cargo e, neste caso, servidores desqualificados para exercerem a profissão. Não todos, é claro. Depois Anonimo, aprenda a ler para entender o que foi escrito. Quem criticou a secretária e o prefeito foram os pacientes, os populares revoltados e o vereador. O blog apenas registrou os fatos. Na vã tentativa de defender o caos instalado no seu setor voce apenas demonstra o seu desconhecimento, a sua ignorancia.
Ele pode não ter feito muito pela saúde, mas nesse caos também a saúde não ficou!
ResponderExcluireh por isso q eu sou maurinho
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