Aécio é da categoria “qualquer um deles, desde que não seja a Dilma”.
O PiG (*) cada vez menos cheiroso, o jornal Valor, publica uma síntese do pensamento (sic) econômico do candidato Aécio Never.
Extraído do blog de Paulo Henrique Amirom
O problema começa no título: o economista que faz a cabeça do Aécio é o grande empresario Alexandre Accioly, amigo e compadre de Aécio. Accioly é dono da rede de fisiculturismo Bodytech, na zona Sul do Rio (onde mais seria ?), e tem uma filosofia empresarial que replica a do amigo e compadre:
“Não cuido de nada: deixo tudo com os meus sócios”
Foi o que fez Aécio em Minas: deixou tudo com o Anastasia e a irmã. O Valor omitiu esse grande pensador na lista dos que fazem a cabeça do Aécio. Omite também o Príncipe da Privataria, o que substituiu Tancredo na posição de demiurgo do Aécio.
Como se sabe, depois de Ulysses tanto insistir, Tancredo ofereceu a Fernando Henrique o cargo de “Ministro da Articulação Sociológica do Governo no Congresso”. O cargo correspondia a ter uma sala, uma secretária e um carro oficial – e poder nenhum.
Porque, como se sabe, “não se pode levar esse rapaz a sério”, na opinião do avô do Aécio. Pois o Príncipe é hoje o patrono de Aécio, após abandonar o Cerra à beira da estrada. Dentre os economistas notáveis que “fazem a cabeça” do Aécio há os suspeitos neolibelês (**) de sempre.
Armínio 40% de Juros, Edmar Bacha, que trocou a reputação de economista para ser banqueiro, e Gustavo Franco, que foi demitido pelo Fernando Henrique depois de levar o Brasil à bancarrota.
E Elena Landau, devotada conselheira do Daniel Dantas e, antes disso, privatista infatigável. Ela só não vendeu a Petrobrax porque não teve tempo. Há novidades na lista do Valor, mas são economistas cuja reputação ainda está por firmar-se.
Aparecem como “especialistas imparciais” no PiG (*), aqueles a quem o Requião chama de “nada sabem de tudo”. Quais são as ideias que fazem a cabeça do Aécio (outras do Accioly não se conhecem) ?
O primeiro ano de Governo será de forte ajuste fiscal – ou seja, tome juros na veia !
40% à la Armínio !
(Nenhuma novidade: a Bláblárina já tinha defendido isso, para a incontida felicidade do Itaú, de novo, alvo da “ortodoxia tucana”…)
Os economistas neolibelês (**) pregam também uma revisão da rede de proteção social – leia-se o Bolsa Família -, responsável, segundo eles, por uma insuportável carga tributária.
Velha cantilena. O que eles querem mesmo é realizar o sonho do Cerra: vender o Bolsa Família à Walmart. Querem reduzir drasticamente as alíquotas de importação. E dane-se a indústria nacional. E abram-se as portas à indústria estrangeira.
Para isso, deverão jogar o câmbio às alturas para baratear as importações e levar o Cerra ao desespero (Cerra, como se sabe, tem uma fixação: o câmbio). Os jenios do Aécio querem rever a Lei do Salário Mínimo, porque “vai obrigar o Governo a elevar impostos”.
Bingo !
Pau no salário mínimo !!!
Também não é novidade nenhuma. Na entrevista coletiva que concedeu à Folha (***), o Dudu pregou a política do “pau no salário mínimo” ! Quem precisa de salário mínimo ?, perguntava o Príncipe quando governava o Brasil e achatava o salário mínimo.
Os neolibelês do Aécio também querem “oxigenar” o mercado de trabalho. Ou seja, rasgar a CLT ! (Esse pessoal tem um problema com o Vargas que não foi resolvido até hoje: salário mínimo, CLT, Petrobras …)
E, por fim, como não podia deixar de ser, “uma agenda de privatizações, concessões e parcerias público-privadas sem vedações (sic) ideológicas”. “Vedação ideológica” deve ser essa praga do “nacionalismo”.
É a velha mania de vender a Petrobrax, agora revigorada pela necessidade de rasgar o contrato de partilha e realizar o sonho do Cerra – entregar o pré-sal à Chevron.
Clique aqui para ver que o Aécio voltou ao local do crime: a Petrobrax.
Esses tucanos são engraçados.
Não tem uma ideia original.
E pensam que conseguem formular velhas ideias com novas palavras e os parvos se deixarão enganar. O Dudu, a Bláblárina, o Aécio e o Cerra não trazem nada de novo. Eles são o que o Príncipe definiu com mordaz precisão: serve qualquer um deles, desde que não seja a Dilma.
É só isso o que eles são: o não-Dilma, o não-Lula !
Não precisam de ideias.
Nem novas nem velhas.
São as de sempre.
A menos que os sócios do Accioly tenham outras …
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