Neste calor abrasador de um outono que mais parece verão costumo ao meio dia deixar meu encanto e procurar um pouso refrescante para aquele papo distraído com uma loura gelada, ao lado de amigos muitos dos quais temos discordâncias sérias em matéria de política local, estadual e nacional.
Fecho os vidros do carro devidamente protegidos do sol inclemente por um filme de controle solar e ligo o ar condicionado para ruminar os fatos em destaque nos últimos dias. Tento, sem possuir um por cento, sequer, do grande mestre Machado de Assis que celebrizou numa crônica impagável esta forma de por as ideias em andamento.
“Ninguém sabe o que sou quando rumino. Posso dizer, sem medo de errar, que rumino muito melhor do que falo. A palestra (sessão da Câmara, por exemplo, nota do editor) é uma espécie de peneira, por onde a ideia sai com dificuldade, creio que mais fina, mas muito menos sincera. Ruminando a ideia fica íntegra e livre. Sou mais profundo ruminando; e mais elevado também”, escreveu Machado.
E eis que me vejo ruminando o ataque orquestrado pelos 11 vereadores que compõem a atual legislatura. Ataque contra este editor e a centenas de internautas que frequentam este blog e o Facebook por ambos terem compartilhado post de um anônimo que se autodenomina “Observador Queimadense” com o sugestivo título de “Onze homens e um segredo”, uma paródia livre comparando os edis ao filme que leva o mesmo título.
Livre da peneira, como nos ensina Machado, o pensamento (ideia) viaja sem trancas e me vejo a produzir um discurso, sem plateia, dizendo claramente o que penso dos atuais (todos, sem exceção) vereadores, seus maneirismos, seus desejos, explícitos ou não, suas grandes façanhas e, em especial, o que se esconde por detrás daquelas máscaras, cabíveis, apenas em fantasmas de óperas.
Chego ao pouso refrescante com o discurso ruminado pronto. Ensaio, mas guardo e prefiro gaguejar sem sinceridade o quanto profundo viajei enquanto ruminava os ataques coordenados de alguns peraltas (no sentido de astucioso) que se auto intitulam representantes do povo. Em especial dois dos onze astuciosos: o atual e desgastado Líder do Governo, Renato Varjão e Lázaro, o atual presidente da Câmara que, sequer, respeitou a liturgia que o cargo que exerce lhe exige.
O empenho de volta
O primeiro, dois comentários: Começo pelo segundo, quando o Líder tentou, mas não conseguiu defender a atual gestão na denúncia sobre os empenhos dos combustíveis feita por este blog. Além de um discurso incompreensível, ao misturar Licitação com Empenho, teve como intuito, apenas, tentar intrigar este editor com o proprietário do Posto de Combustíveis ganhador da Licitação, um empresário íntegro e que não mistura seus negócios lícitos com práticas não convencionais..
O vereador Renato Varjão, como disse, desgastado junto ao Governo, chegou ao absurdo de transferir para o alcaide Tarcísio Pedreira a responsabilidade de vir à Câmara se defender da acusação (pediu à Mesa para convidar o prefeito). Outra pergunta: qual foi mesmo a denúncia do blog?
Para aqueles que não tomaram conhecimento da denúncia, ou não entenderam a explicação do grande Líder vejam o que ocorreu: A prefeitura de Queimadas empenhou (isso está publicado no site Municípios on line), portanto documento oficial produzido pela Secretaria de Finanças) mais de R$ 3 milhões de combustíveis, em nove meses, o que permite a ela (prefeitura), receber da empresa que ganhou a licitação, cerca de 1.180.000 litros de combustíveis.
Isso não significa afirmar que a prefeitura, neste período, recebeu esta quantidade de litros ou, ainda, que pagou por ela. Mas a grande pergunta é: então, por que empenhou? Bem, o blog não sabe e a população muito menos. Quem tem a resposta? O governo, naturalmente e esta deveria ser produzida pela Secretaria de Finanças e colocada à disposição do Líder do Governo para que ele pudesse responder na sessão da Câmara.
Mas o que todos nós vimos foi um Líder, cada vez menos Líder, desconectado da realidade que o cerca, furioso e agressivo. Preferiu atacar o blog chamando este editor de mau caráter e mentiroso, quando não de ladrão. Como estudante de direito teve o cuidado (que o seu colega aquele transvestido de vereador, Régis da Ambulância não teve), de não usar a palavra ladrão, mas, sim de ter desviado verbas da secretaria de Saúde acusação, bem sabe ele, que só pode ser respondida na Justiça.
Para que uma aquisição feita pela prefeitura (de qualquer natureza) seja empenhada há duas razões: a primeira, porque é uma garantia para o fornecedor de que receberá a fatura, mesmo que este governo seja cassado ou termine seu mandato. A segunda, é que a prefeitura vai pagar. Para fazer o empenho se faz necessário a apresentação de Nota Fiscal para que o devido processo seja feito.
Se a prefeitura publica (é obrigada) que empenhou determinado valor correspondente a uma aquisição feita a um fornecedor, devidamente ganhador da licitação deduz-se que vai pagar. Mas isso não quer dizer que já tenha pagado, o que o blog não afirmou. Como sabemos que uma licitação é válida por um ano conclui-se que a prefeitura vai honrar o compromisso (empenho). Caso contrário, cabe a explicação e não acusações ou tentativas de intrigar este blog com quem quer que seja.
O primeiro comentário recorro mais uma vez ao Mestre Machado de Assis quando escreveu que “O maior pecado depois do pecado é a publicação do pecado”. Reporto-me ao seu infeliz discurso contra este blog com referência ao post “Onze homens e um segredo” quando insistiu, mais uma vez, em ler a postagem em voz clara com transmissão direta por todas as emissoras de rádio do município do teor do post.
Se o Líder considera um sacrilégio o pecado do “Observador Queimadense”, e, mais ainda, deste blog por compartilhar por que insistir no pecado amplificando o seu conteúdo? Para todos os que o ouviram uma certeza: além do seu pecado original, o Líder foi traído por seu inconsciente. Era exatamente aquilo que ele queria. Em outras palavras, o Grande Líder Pequeno concorda com o “Observador Queimadense” sobre as práticas dos seus companheiros de garimpo, inclusive, ele.
Sobre o presidente da Câmara vou me reservar o direito de respondê-lo em outra ocasião já que os fatos e o direito que tenho de ruminar, seguindo o mestre Machado de Assis me assistem. Aguardem, portanto.
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