segunda-feira, 19 de maio de 2014

FHC, ódio, ócio e senilidade

            
O que mais dói em FHC: Obama (dir.) cumprimenta o presidente Lula durante cúpula do G20, em Londres - Foto: BBC Brasil















           Por Haroldo Aquilles, Editor do blog


        Em Carta aberta dirigida do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe a jornalista Patricia Lara Salive faz uma dura e corajosa  cobrança moral e política. "O Sr. está fazendo muito mal com seu cavalo descontrolado de ódio contra Santos (atual presidente e que recebeu apoio de Uribe), a quem o senhor não perdoa por não ter sido seu fantoche".

            Fez-me pensar em Fernando Henrique Cardoso o sociólogo que parte da elite mundial aplaudiu, festejado nos meios econômicos do mundo ocidental, mas desprezado pelo povo brasileiro. Sociólogo que, ao longo de oito anos de mandato teve dois grandes méritos: Primeiro, sua batalha incansável e, em parte vitoriosa, para entrar no rol dos dirigentes sul-americanos entreguistas, mas entreguista das riquezas nacionais construídas com a força bruta e o suor dos brasileiros (à exceção do topo da pirâmide que detém os 99% da riqueza nacional).

            E, segundo, pelo ódio visceral que dedicou e ainda dedica a Luis Inácio Lula da Silva, seu sucessor, quando não pode evitar que um retirante nordestino, com apenas nove dedos, um simples operário semianalfabeto, o superasse em todos os campos, inclusive, no beija-mão de instituições de prestígio mundial ao outorgar-lhes títulos de doctor honoris causa.

            Superá-lo em prestígio e, o  que é mais importante, em realizações que transportaram nosso Pais ao pódio onde se sentam as maiores lideranças mundiais. Será que FHC ainda se lembra da saudação da liderança maior da humanidade, pelo menos em poderio econômico e militar, Barack Obama ao se referi à Lula: "Esse é o cara! Eu adoro esse cara!".?

         Se não lembra a cena foi registrada por um vídeo da BBC  em que os dois se cumprimentam. Obama troca um aperto de mãos com o presidente brasileiro, olha para o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, e diz, apontando para Lula: "Esse é o cara! Eu adoro esse cara!". Em seguida, enquanto Lula cumprimenta o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, Obama diz, novamente apontando para Lula: "Esse é o político mais popular da Terra".



            Eu sei que isso doeu FHC e só fez aumentar o ódio nutrido por Lula e, por extensão, ao PT. Mas há várias diferenças de tratamento oferecido pela jornalista ao ex-presidente Álvaro Uribe.  Diz ela em trecho de sua carta:

"O senhor é um líder com a capacidade de estadista de Carlos Lleras, a habilidade de Julio César Turbay e a genialidade política de Jaime Bateman. E, em algumas ocasiões, pode se transformar em um cavalo descontrolado a quem o senhor mesmo teme, conforme me disse em sua primeira campanha presidencial durante uma série de viagens de dois dias na qual, para escrever um perfil seu, eu o acompanhei a Medellín e ao Chocó – onde o senhor cumprimentou e saudou pelo nome, como Turbay, cada nativo e lhes perguntou como estava sua mãe, a dona Fulana, e onde o senhor, assim como Lleras, seu assessor Andrés Uriel Gallego (R.I.P) mudo quando lhe perguntou o número de quilômetros de um trecho de rodovia ou o volume de águas de um rio.


O senhor se lembra que, naquela ocasião, eu lhe perguntei se tinha medo e o senhor me respondeu: “sempre empreendi esforços para me controlar. Nós somos humanos e as reações não podem se descontrolar como um cavalo sem rédeas. Procurei manter as rédeas?”. E eu voltei a lhe perguntar: E se as rédeas se soltam? O senhor disse: “Complicado. O cavalo se descontrola, e um cavalo descontrolado não sabe onde vai cair, se vai se atirar por um precipício ou se vai causar danos a alguém”. Então eu lhe disse: É verdade que o que mais o senhor pede a Deus é paciência? “Eu peço paciência e que me ajude a não fazer mal ao próximo”, respondeu.

         Enquanto a jornalista Patricia Salive faz comparações condizentes (à época) entre Uribe e outros personagens importantes, o sociólogo era flagrado pelos jornalistas "pinguentos" que cercavam sua campanha pelo Brasil, em uma vã tentativa de montar um "jegue", ou mais grave, ao dizer que "tinha um pé na cozinha da senzala" por suposta descendência negra. Lá, Uribe referia-se a uma guerra que ensanguentava irmãos colombianos. Aqui, um candidato da elite paulista "Comia" "buchada de bode", uma típica comida nordestina rejeitada tanto pelas elites  paulistana quanto por toda elite brasileira

         Hoje, o FHC, aquele que vivia meio fantasiado de esquerdista nos anos de chumbo está mais a direita que o Doutor Uribe. Se lá, como diz a jornalista colombiana o Doutor Uribe está a fazer muito mal "com seu cavalo descontrolado de ódio contra Santos, a quem o senhor não perdoa por não ter sido seu fantoche ou por estar a ponto de promover essa paz que o senhor buscou contra as FARC –, aqui, temos na melhor das hipóteses, um homem senil que esqueceu o que já escreveu ou falou, mas que se segura no ódio para manter vivo um diálogo com seus demônios, entre eles o PT e Lula.

         Plagiando a jornalista Patricia Salive constato que é com muita tristeza que o vejo chegar ao seu outono como um dos generais presidente dos anos de chumbo; como o general Newton Cruz a cavalo, de espada ao alto.a bradar impropérios na Praça dos Três Poderes. Enfim, de constatar que a sua capacidade  cada dia mais embotada pelo ócio traga mais prejuízo ao nosso País que ao PT, ou ao presidente Lula e que seus escritos ou suas falas em tom de quem perdeu parte da razão semeei divisões e ódio entre irmãos.

Vejam abaixo íntegra da carta da jornalista colombiana

Por Patricia Lara Salive, extraído do site CartaMaior



Doutor Uribe,

O senhor é um líder com a capacidade de estadista de Carlos Lleras, a habilidade de Julio César Turbay e a genialidade política de Jaime Bateman. E, em algumas ocasiões, pode se transformar em um cavalo descontrolado a quem o senhor mesmo teme, conforme me disse em sua primeira campanha presidencial durante uma série de viagens de dois dias na qual, para escrever um perfil seu, eu o acompanhei a Medellín e ao Chocó – onde o senhor cumprimentou e saudou pelo nome, como Turbay, cada nativo e lhes perguntou como estava sua mãe, a dona Fulana, e onde o senhor, assim como Lleras, seu assessor Andrés Uriel Gallego (R.I.P) mudo quando lhe perguntou o número de quilômetros de um trecho de rodovia ou o volume de águas de um rio.

O senhor se lembra que, naquela ocasião, eu lhe perguntei se tinha medo e o senhor me respondeu: “sempre empreendi esforços para me controlar. Nós somos humanos e as reações não podem se descontrolar como um cavalo sem rédeas. Procurei manter as rédeas?”. E eu voltei a lhe perguntar: E se as rédeas se soltam? O senhor disse: “Complicado. O cavalo se descontrola, e um cavalo descontrolado não sabe onde vai cair, se vai se atirar por um precipício ou se vai causar danos a alguém”. Então eu lhe disse: É verdade que o que mais o senhor pede a Deus é paciência? “Eu peço paciência e que me ajude a não fazer mal ao próximo”, respondeu.

Pois chegou a hora de rezar para Deus muito mais, doutor Uribe, porque o senhor está fazendo muito mal com seu cavalo descontrolado de ódio contra Santos, a quem o senhor não perdoa por não ter sido seu fantoche ou por estar a ponto de promover essa paz que o senhor buscou contra as FARC – primeiro, acossando-as com a guerra, depois entregando-lhes o Rodrigo Granda gratuitamente e, por fim, enviando para a selva os seus emissários, os padres da igreja, para que acordassem com elas algum começo de paz. Mas como Santos, seguindo seus passos, avançou nesse processo, o senhor não o perdoa, como tampouco perdoa o fato de ele não ter declarado guerra a seu ex-amigo-inimigo Chávez, optando de modo pragmático por conviver em paz com o vizinho.

Por isso, levado por seu perigoso cavalo, a dias das eleições, o senhor acusou Santos de receber 2 milhões de dólares do narcotráfico sem entregar uma única prova nem às autoridades competentes (como é seu dever legal) e nem ao país (como é o seu dever moral), mas semeando a dúvida em seus milhões de adoradores.

Sabe, doutor Uribe... É triste que, apesar de seu grande amor pela Colômbia e de sua grande capacidade de construir, é a sua pátria querida que você está causando mais dano, enchendo-a de divisões e de ódio. E esses sentimentos, alimentados pelo seu ágil perfil no Twitter, enchem de pólvora a consciência coletiva que, diante de qualquer provocação, ou depois de um simples porre, poderia partir para a violência e, assim, voltaríamos àquela norrível noite em que, instigados por chefes políticos incendiários, lotamos os nossos campos com 300 mil cadáveres.

O que foi feito de seu grande coração, doutor Uribe? Eu me lembro que o senhor me confessou que chorava facilmente, que tudo o comovia, e ainda me disse, com os olhos marejados: “Estou comovido porque um dos meus críticos, Fernando Garavito, saiu do país após ser ameaçado. Estou ofendido e farto com isso!”. E logo acrescentou: “Estou cansado! Meu governo não permitirá que espíritos daninhos se descontrolem”.

Pois agora, com sua influência, parece que é o senhor quem está se descontrolando. Não é melhor ocupar um posto alto na história desse país que quer lhe dar isso, e que o senhor merece? E não é melhor que Santos, seu ministro da Defesa, que continuou suas políticas, tenha debilitado as FARC e as forçado a negociar, promovendo essa paz que também é do senhor?

Então, certamente, a Colômbia o colocaria para sempre à altura de Bolívar... Pense bem, doutor Uribe...

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