Do ministro Celso de Mello:
“O exercício correto da liberdade de expressão dá ao jornalista o direito de manifestar crítica. Assim, a publicação de observações em caráter mordaz ou irônico, ou de opiniões em tom de crítica “severa, dura ou, até, impiedosa”, sobretudo contra figuras públicas, independentemente de ocuparem cargos públicos, não é passível de reparação civil. E mais:
“Nada mais nocivo, nada mais perigoso do que a pretensão do Estado de regular a liberdade de expressão (ou de ilegitimamente interferir em seu exercício), pois o pensamento há de ser livre, permanentemente livre, essencialmente livre”.
"É preciso advertir, bem por isso, notadamente quando se busca promover a repressão à crítica jornalística, mediante condenação judicial ao pagamento de indenização civil, que o Estado – inclusive o Judiciário – não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as ideias e sobre as convicções manifestadas pelos profissionais dos meios de comunicação social", disse ainda Celso de Mello em outro trecho da decisão.
O texto acima, é parte da decisão do Ministro Celso de Mello em favor da editora Abril, em ação movida pelo ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. Como não sou ave de rapina e bem conheço como agem determinados juízes e procuradores que pouco, ou quase nada entendem o significado da Liberdade de Imprensa me escudarei nesta decisão para defender o direito de usar a palavra, as ideias e manifestar minhas convicções de forma livre como me garante a Constituição Federal e assegura o ministro Celso de Mello, em histórica decisão.
Sei que a insistência de Tarcísio Pedreira, um prefeito “quixotesco”, na verdade um malabarista na arte da enganação recorrer à Justiça em processo de queixa-crime não visa, em princípio, a busca de reparação civil. Mas, sim censurar a Liberdade de Imprensa por meio do abuso de poder econômico. Já o conseguiu anteriormente ao prestar queixa-crime contra um jovem, obrigando-o a pagar-lhe R$ 500 por reparação civil. Tanto na primeira, quanto agora houve e há abuso de poder.
O jornalista Ali Kamel, o todo poderoso da Globo, também é vezeiro em abrir queixa-crime contra outros jornalistas que o criticam. De acordo com blogueiro Miguel do Rosário, do Cafezinho que o chamou de “sacripanta”, Kamel usa o poderio da globo para processá-lo por litigância de má fé, abuso de poder corporativo. É um tipo hediondo de assédio do poder econômico contra a Liberdade de Expressão”.
Levando-se em consideração a distância que existe entre um e outro (Tarcísio e Kamel), ambos procuram o mesmo objetivo: calar a voz que o critica. É colocar no colo da direita e de todos aqueles que se posicionam contra o Estado Democrático de Direito o crime de opinião. Não sem razão estamos vivendo um processo de intimidação contra a opinião crítica da mídia, como observou o blogueiro Miguel do Rosário.
Este artifício sórdido usado pelos detentores do poder, mesmo que provisório acaba se transformando num instrumento de intimidação contra os jornalistas que exercem o seu direito de crítica.
Numa entrevista dada ao blogueiro Miguel do Rosário, Wadih Damous, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e presidente da Comissão da Verdade do Rio, afirma que “a doutrina em relação ao dano moral é quase unânime no sentido de que quando se trata de pessoa pública, quando se trata de alguém que desempenha cargo público, a esfera do dano é diferente de quando se está tratando com um cidadão comum”.
Segundo ele, a pessoa pública está exposta a isso. "Ela está sujeita à crítica, inclusive a crítica veemente. É claro que pode ter havido uma agressão desmedida, um abuso, mas isso tem que ser observado com muito cuidado, e só em casos extremos deve haver condenação".
De acordo com Damous, alguém que ocupa um cargo de destaque, num grande jornal, numa emissora de televisão, está sujeito a críticas. "Crítica veemente. E infelizmente o que nós temos visto em algumas decisões do Judiciário, aliás em muitas decisões do Judiciário, é chancelar essas tentativas de intimidação. A tentativa de calar a crítica. E isso não deixa de ter seu viés autoritário”.
E vai mais além: “E isso é o mais grave porque tem uma aparência de formalismo democrático. Formalmente, o réu dessas ações se defenderam normalmente, tiveram todos os seus prazos respeitados, constituíram advogado, são processos que tramitam normalmente. Mas o conteúdo dessas decisões acabam servindo de instrumento para intimidação. E isso é que é o pior: com um formato democrático. Tem uma aparência democrática, mas um fundo autoritário. O judiciário acaba se prestando, a partir dessas decisões, a ser um instrumento de intimidação, de calar as vozes críticas".
A queixa-crime aberta contra este editor por injúria na Delegacia de Polícia, pelo atual alcaide inclui-se neste rol de intimidações. Ao usar a palavra “Moleque” tomei o cuidado de dirigir-me a autoridade (prefeito) e não à pessoa. Escrevi que o prefeito Tarcísio Pedreira age como "moleque".
A palavra certamente não é culta, mas ela não se dirige à pessoa de Tarcísio Pedreira, mas ao prefeito de Queimadas. O contexto é político, portanto é uma crítica política ao comportamento e as ações do atual prefeito, como os fatos demonstram e não à sua personalidade.
Este é o recorte que faço a este tipo de intimidação. Sei o custo de levar adiante um processo, por mais simples que seja, na Justiça. Enquanto eu tenho que custear as despesas, o prefeito tem o respaldo do executivo para cobrir suas despesas. Mas não me calarei. Usarei o direito que a Constituição Federal me atribui para exercer o direito à crítica, ao uso da palavra, das ideias e de manifestar-me livremente por meio deste blog.
O Ministro do STF, uma das maiores autoridades deste país, o presidente do senado, a presidente da república, governadores e prefeitos de grandes cidades, já foram chamados por coisas piores, inclusive com charges bem extravagantes e nunca recorreram a justiça pra pedir indenização. E por isso acho muito estranho um juíz ou juíza de primeira instância dá ganho ao prefeito... mas, pela sentença proferida sobre a compra de votos, que era mais uma defesa do prefeito que um julgamento, podemos esperar tudo da justiça de Queimadas.
ResponderExcluirAinda essa semana, vi a Dilma ser chamada de incompetente diversas vezes, não pode um prefeitinho, enganador ser chamado de moleque!
CRIME É O QUE ELE FEZ E ESTA FAZENDO DEIXANDO OS POBRES FILHOS DE QUEIMADAS QUE ESTÃO ESTUDANDO NA FACULDADE NA CIDADE DE PARIPIRANGA SEM TRANSPORTES PARA OS MESMO IREM E VIREM,SENDO QUE AS CIDADES CIRCUS VIZINHAS TODAS OS GESTORES DISPONIBILIZARAM OS ÔNIBUS PARA ESSES ESTUDANTES QUEM TEM UM SONHO DE TEREM UMA VIDA PROFISSIONAL. TENDO QUE GASTAR PAGANDO TRANSPORTE GUANDO ESSE PREFEITO QUE ESTA AI NÃO FAZ E NEM VAI FAZER NADA PELOS NOSSOS JOVENS. DENUCIEM É DE OBRIGAÇÃO ELE DAR O TRANSPORTE.
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