Como no xadrez as peças
políticas começam a tomar posições, mesmo antes de o jogo começar para valer.
No xadrez, como sabemos (leia o livro L'analyse des échecs de François André
Danican Philidor), é importante discutir em detalhes a estratégia como um
todo e a importância da estrutura de peões no jogo como fator posicional.
Em
Queimadas, a divisão do grupo político do atual alcaide que, como costuma dizer
o jornalista Mino Carta já é do conhecimento até do mundo mineral,
antecipa a Copa Mundial de Xadrez. Mas, pergunta-se: quem são os primeiros
peões a se posicionarem antecipadamente dentro da estratégia do jogo político
antes mesmo do final segundo ano da atual administração? Não
custa alertar aos neófitos tanto em política quanto em xadrez, como também aos
que se julgam preparados e, em especial, aos jogadores afoitos que a previsibilidade
é fator essencial para quem almeja a vitória.
No
tabuleiro, o jogador tem que prever a jogada de seu oponente e as próprias
jogadas com algumas rodadas de antecedência. Na política, a prepotência, a arrogância
e a falta de estratégia para o bom jogo faz a diferença entre o bom e o mau
político (como nos ensina Sérgio Boechat em artigo (O
xadrez da política) publicado no Portal Administradores, em 21 de abril
de 2005).
De
acordo com Boechat “o jogo de xadrez exige
inteligência e o mesmo ocorre na política, onde os menos inteligentes não se
destacam e por isso não passam de meros figurantes”. E alerta para a
existência de muitos figurantes no jogo político lembrando que no xadrez as
jogadas têm que ser feitas dentro do tempo estabelecido. E sentencia: “Na
política, também existe um “timing” e quem não o conhece ou não o respeita,
ganha o estigma de perdedor”.
No
momento, alguns jogadores queimadense olham o tabuleiro e veem um rei morto.
Isso, antes mesmo de avançar as peças ou mesmo conquistar espaço, ou seja, de
enfraquecer os adversários. Desconhecem o jogo e não percebem que na política
como no xadrez o jogo é de estratégia. Se seguirem as regras estabelecidas,
como a de que existe certo número de peças, que cada uma se movimenta de forma
diferente e tem seu próprio movimento, os jogadores já em campo poderão obter
resultados, ou seja, derrotar o adversário (o “rei”).
O
grande problema de alguns dos nossos políticos/jogadores (já movimentando as
peças) é a ausência da estratégia (como um todo) e da estrutura de
posicionamento dos “peões”. Eles desprezam as regras, colocam peças em excesso e,
o pior, elas se movimentam em todas as direções sem estratégia e objetivos.
Se
quiserem atingir seu objetivo, no caso de Queimadas enterrarem um rei morto,
estes estrategistas devem ler, e com urgência, o artigo de Sergio Boechat. Diz
ele: “há
peões que querem se movimentar como torre, bispo, cavalo, dama e até fazem pose
de “rei”. Ao primeiro movimento, aparentemente bem sucedido, se empolgam e se
consideram os “reis” do tabuleiro político.
Trocando em miúdos, nossos jogadores desconhecem porque
lhes falta estratégia, qual o próximo movimento do seu adversário. Que o atual
alcaide vive seu pior momento político, ninguém desconhece. Mas acreditar que o
“rei”
está morto é promover o “peão” antes que ele alcance a
última fila do tabuleiro “e assim mesmo respeitando o “rei” ou o
líder maior, que ele jamais poderá ser”.
Boechat
chama a atenção também sobre o início do jogo. Na política, como no xadrez, as
peças brancas sempre iniciam o jogo. “O problema é que as peças “pretas” da
política “esquecem” as normas e querem iniciar a partida”.
Para
ele, as peças “pretas” são os jogadores despreparados, sem inteligência
política, sem capacidade de previsão de jogadas, sem conhecimento das regras do
jogo. “Em síntese, são “peões” pretos que arrogantemente se arvoram em
líderes políticos e se esquecendo da limitação dos seus movimentos, tentam, sem
sucesso, dar um cheque mate no “rei”. Chegaram à última fila do tabuleiro,
foram trocados por outra peça mais importante, mas não chegarão a ser “rei”,
porque esta é também a lei do xadrez da política”.
As
peças estão sendo mexidas em todos os quadrantes da política Queimadense. Há
jogadores/políticos competentes que têm objetivos e traçam estratégias (de
longo prazo) dentro das normas, ou seja, movimentam as peças já sabendo o
movimento do adversário e o seu próximo. Mas há aqueles “peões pretos” que
iniciam o jogo sem calcular ou por ignorância, despreparo e incompetência, aonde
chegarão. Com certeza não à derrubada do “rei”.
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