Não confiem nas palavras, no sorriso e muito menos nos
recuos ou derrotas impostos pela sociedade queimadense ao atual alcaide. O
golpe, dessa vez ampliado, está sendo urdido com a mesma destreza que
caracteriza este desgoverno nos porões da "Casa de Mainha". É lá que
se tramam os malfeitos de uma organização encastelada no poder disposta a
tudo para dilapidar o patrimônio público em negócios, no mínimo, diga-se,
suspeitos.
Que a sociedade queimadense esteja alerta neste 2015: o
Prefeito Tarcísio Pedreira não desistiu da venda do Mercado Municipal e nem
esqueceu (como poderia?) do crédito (lembram?) de R$ 15 milhões que ele tentou
vender ao Banco Safra (denúncia feita por este blog) que obrigou o prefeito a
desistir, naquele momento, da empreitada criminosa.
Leitores cobram uma retrospectiva
(balanço) da atual administração. Acredito ser mais adequado um outro tipo de
análise. A de que o atual governo chega à metade de seu mandato (dois anos) e
pouco, muito pouco tem a comemorar. Mas a população tem muito a chorar. O mais
grave: aprofundou-se a crise econômico financeira, ou seja, o fosso cresceu e
nos quatro cantos do município é fácil perceber os vazamentos e os odores
característicos. O cenário é desolador.
Não sem razão as tentativas, ambas frustradas (por enquanto),
da venda de ativos do município para fazer caixa não se sabe para que, ou para
quem. Mas o desastre administrativo que se vê refletido na própria sede do
município, retrato hoje do caos dessa gestão é incomparavelmente menor do que a
tragédia política que se abateu sobre o atual alcaide nesses dois anos.
Desculpem-me os bovinos, mas a situação política do atual
prefeito de Queimadas remete-me à lembranças de um passado que todos, pelo
menos os mais velhos, gostariam de esquecer. Refiro-me à forma como os bois e
vacas eram abatidos no antigo matadouro. Depois de puxados por uma corda até um
tronco com cerca de meio metro de altura (para que sua cabeça ficasse abaixada
e reclinada) enfiavam-lhe um punhal no "cabelo louro",
aquele ponto entre o final o pescoço e a cabeça decretando-lhes seu final que
se concretizava com uma outra facada, esta na carótida.
Este é o retrato do atual alcaide. Agachado, com a cabeça
reclinada e ao seu redor dezenas de punhais à espera de uma oportunidade para
furá-lo e sangrá-lo. Isso, porquê aquele cavaleiro de mão branca montado num
alazão que saiu ungido das eleições há muito perdeu seus arreios -
sela, cabeçada, estribos, embocaduras, bridão e, sobretudo, esporas, freios e sela.
Sobrou-lhe o chicote empunhado pela "guerreira enlouquecida"
a sangrar as costas dos poucos aliados sobreviventes.
Difícil selecionar, sobretudo valorizar, qual cenário foi mais
desastroso. Como vocês devem estar lembrados sua primeira e espetacular derrota
deu-se com a eleição do vereador Lázaro José para a presidência da Câmara
Municipal e a derrocada do já "eleito", vereador Renato
Varjão bem antes de o prefeito eleito assumir o mandato. A partir desse momento
dá-se início ao seu calvário político, marcado por derrotas eleitorais e
pessoais espetaculares, traições, deserções e mal sucedidas composições, ou
arranjos entre seus apoiadores.
Para não dizerem que sou intransigente o alcaide obteve uma
vitória: a permanência no cargo após vencer a batalha pela impugnação na
Justiça Eleitoral. Três meses após tomar posse e todos perceberem que o comando
político/administrativo do município estava em mãos de "Mainha",
a detentora do "chicote", dá-se a primeira derrota: a
exoneração, por suspeita de corrupção (nunca comprovada) da titular da
secretaria de Ação Social, Advan Sobrinho.
Nem bem os cortes profundos provocados pelas chicotadas cicatrizaram
explode a crise política de maior envergadura. E mais uma vez, ali estava a mão
segurando o "chicote". Só que nessa oportunidade "Mainha"
não estava só. Outras mãos davam apoio para que o "corte"
não apenas sangrasse, mas alijasse do poder o homem forte encastelado na
estrutura da prefeitura: o secretário de Finanças, Roberto Salgado.
A saber o Líder do Governo na Câmara, vereador Renato Varjão, o secretário
de Educação Leonir Floriani e o neófito
em política André Cayres filho dos ex-prefeitos, Edvaldo e Heyde Cayres. Depois
de demitido por meio de recado, foi readmitido após uma conversa "franca"
à vista de uns poucos privilegiados. Alguns anéis (de ambos os lados) foram
perdidos, mas os dedos mantidos.
Em seguida, vem a exoneração da nova
secretária de Ação Social, Fabiana Ribeiro, mais uma vez por motivos alheios à
sua compreensão, mas que provocou alívio em setores reacionários do poder e,
sobretudo, em "Mainha" e sua fiel escudeira, a até então toda
poderosa, Renata Pedreira, irmã do prefeito, hoje, também defenestrada por este
poder oculto que a tudo vê, a tudo escuta e age com uma virulência nunca vista.
Vamos passar por cima das trapalhadas
administrativas do prefeito; do "puxão de orelha" público
(em sessão na Câmara de Vereadores) que levou do prefeito de Serrinha, Osny
Araújo; da crítica geral pela escolha de um secretariado inepto e pela
paralisia total da administração pública, além é claro, do "chororô"
e pedidos de clemência, quase diário, nas emissoras de rádio tentando
justificar o fracasso de seu governo.
Pouco adiantou. Ele veio e chegou com um
estrondo ensurdecedor: a sua derrota e de todo seu grupo nas eleições de
outubro do ano passado. Sua primeira derrocada veio com a traição ao governador
Jacques Wagner, quando, de público, deu apoio ao derrotado Paulo Souto. Não
satisfeito, "liberou" seu grupo para que apoiasse quem quisesse,
exceção para a campanha à Câmara Federal em que todos deveriam apoiar Ronaldo Carleto
(o homem do helicóptero).
Num discurso vazio e dúbio dizia apoiar a
reeleição da presidente Dilma, enquanto por "debaixo dos panos"
jogava o peso da máquina pública em apoio a Aécio Neves. Os números não mentem.
Perdeu a eleição para o Governo da Bahia (Ruy
Costa abocanhou 6.465 votos, ou 54,25% dos votos válidos levando a eleição no
primeiro turno) e Dilma 9.359 dos 13.822 eleitores que compareceram às urnas, ou
74,40% dos votos válidos.
Mas a sua derrota
mais espetacular ocorreu nas eleições proporcionais. Para a Câmara Federal, o
candidato do governo Tarcísio, Ronaldo Carleto
perdeu as eleições para Moema Gramacho a candidata apoiada por Dr. André,
Ricardo e Cloudes por uma diferença de 732 votos (2.988 à 2.256). Isso, levando-se
em conta apenas esses dois candidatos.
Se somarmos os votos obtidos por candidatos de oposição como
João Gualberto (655 votos); Severiano Alves, (602); Lúcio Vieira Lima (573) e
Pellegrino (211 votos), para ficarmos apenas nos mais votados, por exemplo, a
surra levada pelo prefeito foi vergonhosa: 2.773 votos de diferença.
A derrota o acompanhou, também, na
eleição para a Assembleia Legislativa. Seu candidato, o democrata Sandro
Régis obteve pouco mais de 1.900 (1.927) votos enquanto sete dos seus
adversários diretos mais votados, somados, lograram um total de 6.148. Pela
ordem, o candidato do Dr. André, Angelo Almeida com 1.449 votos; o candidato
apoiado por Ricardo e Cloudes, Alex Lopes, com 1.250; o candidato de Edvaldo
Cayres, Anderson Muniz, com 1.398; o apoiado pelo ex-prefeito, José Mauro, com
749 votos, além de Luciano Simões Filho , hoje inimigo número um de Tarcísio,
com 708; Cecília Petrini, com 622 e Joseildo Ramos, com 594.
Para fechar com chave de ouro as
trapalhadas e derrotas do alcaide Tarcísio Pedreira adveio o caso da venda do
Mercado Municipal sem que a população fosse convidada a discutir a perda de um
dos últimos patrimônios público. E mais grave: o Projeto de Lei (não aprovado
devido a reação da comunidade queimadense) não explicitava adequadamente e de
forma clara os motivos da venda e em que seriam aplicados os recursos (diz-se R$
1.2 milhão. Razão para todos desconfiem de que este dinheiro poderia ter
outros destinos, menos a reforma da Praça da Feira.
Desgastado, criticado por todos os
setores, inclusive, dentro da própria base aliada, o prefeito envergonhado e
vergado pelas forças sociais contrárias à dilapidação do patrimônio público,
recuou. Mas que a mobilização da sociedade se mantenha acesa. Ele não desistiu.
Muito pelo contrário.
Agora ele conta com um poderoso aliado: o
novo presidente da Casa, Vereador Renato Varjão, ex-Líder do Governo na casa. O
momento é o de cobrar um posicionamento
do novo presidente. Se a sociedade recolher-se, vão-se o Mercado Municipal e o
crédito de R$ 15 milhões que a prefeitura detém junto ao Governo Federal. Vão
desaparecer na poeira que encobre a ação deste governo desastroso.
Que 2015 ilumine as mentes sãs que com
certeza ainda existem em nossa sociedade e, em especial, que o novo ano
materialize preceitos como a ética, a transparência e a honestidade no dia a
dia dos 11 vereadores que compõem a egrégia Câmara. Porque a aprovação de
projetos dessa natureza é o corolário, no caso, a prova de que realmente
chegamos ao fim do poço.
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