Por Fábio de Oliveira Ribeiro
O debate de ontem conseguiu resumir bem o que foi a campanha eleitoral.
Marina Silva encolheu diante das câmeras exatamente como encolheram as intenções de voto dela. Sua capacidade de reação às adversidades é nula. Soterrada sob contradições não conseguiu nem mesmo manter a mesma postura razoável de outros debates. A candidata do PSB foi da irrelevância à aparência de estadista, mas voltou à merecida irrelevância.
Levy Fidelix moderou seu machismo. Depois que o Procurador Geral do MPF fez um exame prostático no seu discurso homofóbico, o candidato do monotrilho deu marcha ré. Prova de que quem tem aparelho excretor também tem medo.
Aécio Neves foi extremamente agressivo, mas a esta altura do campeonato já está mais rebaixado do que o Palmeiras. O candidato tucano não tem qualquer chance de recuperar a atenção e a confiança dos eleitores. À imagem de Aécio Neves ficou colada sua declaração em vídeo dizendo que o Salário Mínimo deve ser reduzido em benefício dos empresários (proposta que foi, aliás, reafirmada em vídeo pelo Ministro da Economia que ele não terá a oportunidade de nomear).
Ao atacar o Salário Mínimo, o PSDB tentou ser alçado à condição de primeira opção eleitoral do Mercado. Aécio Neves se esqueceu, porém, que a maioria dos eleitores não sabe o que significa o vocábulo Mercado para a ideologia neoliberal que ele defende. O povo brasileiro, entretanto, sabe bem o que é o Salário Mínimo, também sabe que seria prejudicado caso o mesmo fosse reduzido.
Nenhum presidente brasileiro conseguiu chegar ao poder pelo voto dizendo que prejudicaria a maioria dos eleitores. Aécio Neves nãos era uma exceção. Os generais-presidentes do período 1964-1985 faziam com facilidade o que o candidato tucano pretendia fazer, mas eles não eram eleitos pelo povo e controlavam Congresso Nacional por bem ou por mal.
Dilma Rousseff soube utilizar o último debate para reduzir a temperatura das eleições. Ela ocupa uma posição confortável e seu crescimento nas pesquisas decorre de três coisas que os seus adversários consideram irrelevantes: ela tem um partido com militantes fervorosos que não trabalham exclusivamente por dinheiro; o PT governou para manter o nível de emprego e proporcionar aumento da renda dos trabalhadores e; o programa “Mais Médicos” conseguiu revolucionar o atendimento dos cidadãos mais necessitados nos locais onde os médicos brasileiros não queriam trabalhar.
Tudo bem pesado e sem medo de correr riscos, acredito que a eleição de 2014 já estava decidida antes do último. Nada, nem mesmo o atentado terrorista praticado em Brasília por um filiado ao PSDB, conseguiu mudar a dinâmica da eleição presidencial de 2014. Dilma Rousseff será reeleita para felicidade geral do povo brasileiro e apesar dos jornalistas tucanos estarem à beira de um ataque de nervos. As previsões sombrias que eles divulgam nos jornais e revistas para tentar mudar o resultado da eleição conseguirá apenas aumentar o sofrimento dos tucanos que acreditam neles. Queira ou não, o Mercado terá que lidar com Dilma Rousseff porque ela representa a vontade soberana do povo brasileiro.
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